terça-feira, 23 de abril de 2013

TEXTO COLABORATIVO: Sem saída

Horário de verão, saí de casa muito cedo, e já estava próximo à Universidade, quando, de repente, me deparei com a mais surpreendente cena: apesar de ser horário de verão, o dia estava escuro e nebuloso, era quase impossível enxergar alguma coisa em meio àquela cerração. Eu andava por aquelas ruas, sozinha, e aquele silêncio me gelava por dentro. Um arrepio me desceu pela espinha, me levantou os cabelos. Olhava para os lados e minha visão turva não me permitia raciocinar direito. A sensação de medo era tamanha, estava alucinada... E só me lembro de ter ouvido um grito e sentido uma pancada na nuca.

Ainda sem entender o que tinha acontecido, acordei dentro do refeitório do campus. Uma gentil senhora perguntou-me se estava tudo bem. Na porta, desconcertado, um rapaz de mais ou menos 30 anos me fitava com um pedido de perdão nos olhos. Foi sem querer, disse ele, tirando sem jeito as mãos de trás das costas. Ele me mostrou aquele objeto estranho ainda meio zonza perguntei do que se tratava. Quando ele começava a explicar, uma moça entrou, havia encontrado o animal que estava rodeando a universidade. Com os olhos arregalados e ainda com muita dor na cabeça, pelo golpe que havia recebido, resolvi acompanhar as pessoas que saíram correndo do refeitório e sumiam pela escuridão adentro. Aterrorizada e sem saber o que poderia encontrar pela frente, corri em disparada porta afora quando acabei tropeçando em algo que de imediato não consegui identificar, mas que de relance, vi algo que acabei soltando.

Era um sapato que me fez tropeçar e cair. Com medo, na hora que levantei, acabei por deixar ali mesmo. Meus passos largos logo se aproximaram de algumas pessoas que seguiam. A névoa e a escuridão não deixava que as olhasse, apenas sentia suas presenças.Tudo muito nebuloso,notei que as pessoas caminhavam em direção ao rapaz do início desta narrativa.Eu não entendia o porquê, pois os olhos de perdão daquele moço não me saiam da. cabeça. Porém, eu precisava seguir. Mesmo sem enxergar muito bem, fui tateando as paredes, em busca de uma direção. De repente, vi uma luz mais a frente e fui seguindo. Ao chegar mais perto, tratava-se de um letreiro que dizia: SAÍDA. Corri para lá, mas foi quando percebi que eu já está fora, por isso não poderia sair. Era uma armadilha, pensei comigo. Sim, era uma armadilha e novamente eu ouvi passos atrás de mim.

Pensei em tudo o que estava acontecendo, tentei lembrar, remoí as mais absurdas memórias. Não havia conexão de todos aqueles acontecimentos com uma realidade mais palpável. Fechei os olhos, respirei fundo. Eu sabia que assim que reabrisse os olhos, tudo estaria acabado e não seria mais que um pesadelo. De tão atormentada, tive a impressão de continuar ouvindo os passos e a imagem do letreiro permanecia viva. “Vou abrir os olhos”, pensei. SAÍDA.

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